Temos andado a trabalhar novas Técnicas Teatrais da Imagem, especialmente no decurso de uma oficina chamada "Polícia no Cérebro'. Estabelecemos como premissa que as opressões sofridas pelos cidadãos de sociedades autoritárias (que nós tão bem conhecemos) os podem corromper. O autoritarismo penetra até no inconsciente dos indivíduos. O polícia sai da caserna (das casernas morais, ideológicas) e vai viver na cabeça das pessoas. Não é nada surpreendente não vermos batalhões de polícias e soldados nas ruas de sociedades extremamente repressivas e opressivas, tal como vemos no Chile, na Argentina, em El Salvador, etc.; não são precisos - andamos com eles dentro de nós, são eles os nossos 'polícias no cérebro'.
Estas técnicas são usadas principalmente para nos ajudar a compreender a verdadeira natureza de um polícia. Somos artistas de teatro, não terapeutas. A nossa abordagem pode ser explicada da seguinte maneira: alguém conta uma experiência pessoal, onde ele ou ela se sentiram oprimidos. Isto é o seu caso particular. Em vez de investigarmos as singularidades deste caso em particular, tentamos, com a participação dos outros, ir do particular para o geral, e com isto pretendemos a universalidade dos casos particulares que estão dentro de uma mesma categoria.
Quando uma pessoa nos conta o seu caso particular, usando o teatro como meio de expressão, é o grupo que se torna protagonista da sessão, e não o indivíduo que contou a história. Se conseguirmos perceber dentro de nós esses elementos repressivos presentes no caso real que nos foi contado, podemos então perceber onde está o 'polícia' no nosso cérebro, com a esperança de podermos discernir como entrou e de que "casernas" ele veio.
Tal como o resto do Teatro dos Oprimidos, estas técnicas têm dois objectivos principais: aumentar a nossa probabilidade de conhecer ou reconhecer uma dada situação, e para nos ajudar a ensaiar acções que podem levar à derrota da opressão que nos foi mostrada em determinada situação. Saber e transformar - é o nosso objectivo. Para transformar algo temos primeiro de o conhecer. Saber, conhecer, já é uma transformação - uma transformação que nos dá os meios para efectuar outras transformações.
Augusto Boal
Estas técnicas são usadas principalmente para nos ajudar a compreender a verdadeira natureza de um polícia. Somos artistas de teatro, não terapeutas. A nossa abordagem pode ser explicada da seguinte maneira: alguém conta uma experiência pessoal, onde ele ou ela se sentiram oprimidos. Isto é o seu caso particular. Em vez de investigarmos as singularidades deste caso em particular, tentamos, com a participação dos outros, ir do particular para o geral, e com isto pretendemos a universalidade dos casos particulares que estão dentro de uma mesma categoria.
Quando uma pessoa nos conta o seu caso particular, usando o teatro como meio de expressão, é o grupo que se torna protagonista da sessão, e não o indivíduo que contou a história. Se conseguirmos perceber dentro de nós esses elementos repressivos presentes no caso real que nos foi contado, podemos então perceber onde está o 'polícia' no nosso cérebro, com a esperança de podermos discernir como entrou e de que "casernas" ele veio.
Tal como o resto do Teatro dos Oprimidos, estas técnicas têm dois objectivos principais: aumentar a nossa probabilidade de conhecer ou reconhecer uma dada situação, e para nos ajudar a ensaiar acções que podem levar à derrota da opressão que nos foi mostrada em determinada situação. Saber e transformar - é o nosso objectivo. Para transformar algo temos primeiro de o conhecer. Saber, conhecer, já é uma transformação - uma transformação que nos dá os meios para efectuar outras transformações.
Augusto Boal
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